Encontre as respostas para as principais dúvidas sobre sua anestesia
Antes da Anestesia
Sim! Para ser anestesista é preciso fazer seis anos de Faculdade de Medicina, além de três anos de residência médica.
O ar que respiramos vai para os pulmões por uma via que fica bem próxima da passagem dos alimentos para o estômago. Quando estamos acordados, nossos músculos e reflexos — como o de engolir e o de tossir — protegem a entrada dos pulmões, impedindo que comida vá para o lugar errado.
Mas, durante a anestesia, essas defesas naturais ficam temporariamente "desligadas". Se ainda houver comida no estômago, ela pode voltar (regurgitar) e acabar indo para os pulmões, o que pode causar complicações graves, como uma pneumonia.
Por isso, o jejum é essencial: ele reduz esse risco e torna a anestesia muito mais segura.
Nessa consulta, o anestesista conversa com você sobre seu histórico de saúde, alergias, cirurgias anteriores e remédios que usa. Ele avalia os exames e explica os tipos de anestesia disponíveis para seu caso. Também tira dúvidas, esclarece riscos e prepara um plano personalizado para sua cirurgia, garantindo mais segurança e tranquilidade.
Você participa da decisão junto com o anestesista, mas existem indicações técnicas. Nem todo tipo serve para toda cirurgia. O seu anestesista apresentará as opções possíveis.
Depende do medicamento. Alguns precisam ser mantidos, como remédios para pressão, mas outros devem ser suspensos, como anticoagulantes ou certos antidiabéticos. Por isso, nunca interrompa por conta própria. O anestesista ou seu médico vai indicar quais continuar e quais parar. Essa orientação ajuda a evitar riscos durante a anestesia e a cirurgia.
Pode ser perigoso se a equipe não souber que você usa certos remédios, porque alguns interagem com a anestesia. Por isso, é fundamental informar todos os medicamentos, inclusive fitoterápicos e suplementos. O anestesista avalia se deve ajustar doses ou suspender algo temporariamente para sua segurança.
Obesidade aumenta alguns riscos como dificuldade de respiração. Mas com avaliação adequada e cuidados especiais, a anestesia é feita com segurança.
Sim, mas requer avaliação cuidadosa. O anestesista precisa conhecer detalhes do problema cardíaco e pode pedir exames adicionais para planejar anestesia mais segura.
Geralmente pode beber água até quatro horas antes da cirurgia. Mas é importante seguir exatamente a recomendação do seu médico, pois alguns procedimentos exigem jejum mais rigoroso. Beber leite, sucos ou café não é permitido nesse período. Apenas a água pura costuma ser liberada em situações controladas.
Balas e chicletes podem gerar conteúdo gástrico, gerando riscos ao paciente na anestesia. Portanto, o tempo de jejum para balas e chicletes também é de 8 horas antes da anestesia.
Você deve avisar imediatamente a equipe médica. Dependendo do que comeu e do tempo até a cirurgia, pode ser necessário adiar o procedimento para evitar riscos de complicações graves durante a anestesia. É sempre melhor ser sincero e informar do que correr o risco de prosseguir sem segurança adequada.
Os exames avaliam se seu corpo está preparado para a cirurgia e a anestesia. Eles verificam a função do coração, dos pulmões, dos rins e outros órgãos importantes, além da sua coagulação. Com esses resultados, o anestesista pode ajustar a anestesia para aumentar sua segurança. Mesmo pequenas cirurgias exigem exames básicos para reduzir riscos.
Sim. O cigarro aumenta os riscos respiratórios, como tosses, falta de ar e complicações no pulmão. Também prejudica a cicatrização e eleva o risco de infecções no pós-operatório. Parar de fumar alguns dias antes da cirurgia já melhora sua recuperação. Quanto mais tempo sem cigarro, melhores serão os resultados e a segurança.
Sim, porque o álcool altera a forma como o corpo reage aos anestésicos e pode afetar fígado e coração, aumentando complicações. Além disso, quem bebe muito pode precisar de doses diferentes de anestesia. O ideal é não consumir álcool pelo menos 48 horas antes da cirurgia e informar sempre seu médico.
Sim. O esmalte, principalmente as cores escuras, pode atrapalhar o aparelho que mede a oxigenação do sangue no dedo (oxímetro de pulso). Já a maquiagem dificulta observar a cor da pele, além de poder sofrer reações a elementos do centro cirúrgico. Por isso, é recomendado ir para a cirurgia sem maquiagem, cremes e esmaltes (cores claras geralmente não causam problema), garantindo monitoramento adequado e seguro.
Pode, mas faça pelo menos 7 dias antes. Produtos químicos podem irritar couro cabeludo. No dia da cirurgia o cabelo deve estar limpo, seco e sem produtos.
Avise imediatamente o cirurgião. Gripes, resfriados, tosse e febre podem exigir adiamento da cirurgia. Infecções aumentam riscos de complicações respiratórias graves durante anestesia.
É documento obrigatório onde você autoriza a anestesia após ser esclarecido sobre procedimento, riscos, benefícios e alternativas. Você deve assinar demonstrando que entendeu tudo.
Sim. Se não houver condições mínimas de segurança (equipamentos, ambiente adequado), ele pode e deve suspender, exceto urgências onde atraso causaria mais risco que procedimento.
Não há restrição específica, mas evite atividades extenuantes 24-48 horas antes. O importante é estar descansado e seguir todas orientações de jejum e medicamentos.
Sim, próteses móveis (pontes, dentaduras) devem ser retiradas antes. Podem se soltar durante intubação e ir para pulmão ou estômago. Próteses fixas não precisam.
Não. Lentes podem dobrar, ressecar ou grudar nos olhos durante a anestesia, causando lesões graves na córnea. Use óculos até a sala e deixe com acompanhante.
Sim, absolutamente todos. Piercings (boca, nariz, umbigo, língua, genitais) podem causar queimaduras com bisturi elétrico, dificultar intubação e se perder. Remova tudo, inclusive microdermals.
Não! Nunca depile em casa. A depilação causa micro lesões que aumentam risco de infecção. Isso é feito no hospital com equipamento próprio, se necessário, imediatamente antes.
Sim, tome banho no dia da cirurgia, o mais próximo possível de sair de casa. Use sabonete antisséptico se recomendado pelo médico. Não use produtos após.
Sim, todos os apliques, extensões, dreads, tranças com fios sintéticos e megahair devem ser retirados. Materiais sintéticos podem causar queimaduras durante o uso do bisturi elétrico.
Sim, todo tipo de alongamento de cílios (fio a fio, volume russo, postiços) deve ser removido. A cola pode reagir com equipamentos e causar queimaduras ou irritação.
Devem ser completamente removidas. Esses materiais bloqueiam a leitura do oxímetro e podem queimar com o bisturi elétrico usado na cirurgia. Retire alguns dias antes.
É um procedimento médico que bloqueia temporariamente a dor durante cirurgias e exames. Pode deixar você dormindo completamente (anestesia geral) ou apenas anestesiar uma parte do corpo (anestesia regional ou local).
Existem quatro tipos principais: anestesia geral (você dorme completamente), regional (anestesia uma área maior como pernas), local (apenas o local da cirurgia fica anestesiado) e sedação (relaxamento e sonolência).
Durante a Anestesia
Durante a anestesia geral, usamos medicamentos específicos para manter o paciente completamente inconsciente e sem dor. Além disso, durante toda a cirurgia, os sinais vitais e a profundidade anestésica são monitorizados de forma contínua, justamente para garantir que o paciente não tenha percepção do que está acontecendo.
O risco de 'acordar' durante a anestesia e ter memória desse despertar é extremamente raro, especialmente com os recursos e cuidados que usamos hoje.
Sim, muito segura. Com os avanços da medicina, complicações graves são raríssimas. O risco de morte por anestesia é cerca de 1 em 200.000 a 300.000 casos.
Ele fica o tempo todo ao seu lado monitorando seus sinais vitais (coração, pressão, respiração, oxigenação), ajustando medicamentos e garantindo sua segurança.
Normalmente não. Você pode sentir apenas uma picadinha da agulha para colocar o soro no braço, por onde será aplicada a anestesia geral ou o sedativo que é feito antes de uma raquianestesia ou peridural. Nas cesareanas, devido ao risco do sedativo passar para o bebê, frequentemente a sedação não é realizada antes da raquianestesia.
Na anestesia geral, geralmente sim. É chamado intubação e ajuda na respiração. Você não sente porque já está dormindo. É retirado antes de acordar.
Depende do tipo. Na anestesia geral, não. Na regional ou local, você pode ficar acordado ou receber sedação para dormir e ficar mais confortável.
Esse medo é comum, mas é extremamente raro acontecer. O anestesista monitora seus sinais vitais o tempo todo, como coração, respiração e pressão, garantindo que você permaneça inconsciente. Se houver qualquer sinal de despertar, ele ajusta os medicamentos imediatamente. Você pode ficar tranquilo, porque há monitoramento constante.
Não. O objetivo da anestesia é justamente evitar dor. Você não sentirá nada durante o procedimento. Se houver qualquer sensação, o anestesista ajusta imediatamente.
Não. Na sedação você dorme levemente mas respira sozinho. Na anestesia geral o sono é mais profundo e geralmente precisa de aparelhos para ajudar na respiração.
É um medo comum, mas muito improvável. O anestesista acompanha seus batimentos em tempo real, pronto para agir caso haja qualquer alteração. Em pacientes com doenças graves do coração, os cuidados são ainda maiores. O risco existe, mas é extremamente baixo, graças aos avanços da medicina.
Alergias a anestésicos são raras, mas possíveis. Por isso é fundamental informar sobre alergias a medicamentos, alimentos ou outras substâncias antes da cirurgia. O anestesista pode escolher opções mais seguras para você. Caso aconteça uma reação, a equipe está preparada para reconhecer rapidamente e tratar com os remédios adequados.
O tempo necessário para sua cirurgia, de minutos a várias horas. O anestesista mantém a administração da anestesia durante todo procedimento e a interrompe quando o cirurgião termina. O paciente normalmente acorda após alguns minutos de finalizada a administração da anestesia.
O anestesista calcula a dose exata com base no seu peso, idade, estado de saúde e duração da cirurgia. Além disso, os equipamentos modernos ajudam a controlar e ajustar continuamente os medicamentos. Isso torna os erros muito raros, mantendo sua segurança durante todo o procedimento.
Sim. Quando o procedimento é feito com anestesia local ou regional, o anestesista pode oferecer sedação leve, fazendo você relaxar ou até dormir superficialmente. Assim, você não sente dor nem ansiedade, mas ainda respira sozinho e acorda logo após o término.
Com anestesia geral, seu corpo fica completamente imóvel. Com anestesia regional, apenas a área anestesiada fica sem movimentos e sem sensibilidade. Mesmo que você mexa levemente outra parte do corpo, isso não atrapalha a cirurgia, porque a equipe mantém você posicionado com segurança.
As salas cirúrgicas são mantidas em temperaturas mais baixas para reduzir o risco de infecção. Além disso, a anestesia pode diminuir a capacidade do corpo de manter calor. Por isso, é comum sentir frio. A equipe pode oferecer cobertores aquecidos ou dispositivos que ajudam a manter sua temperatura estável.
Não. É expressamente proibido pelo Conselho Federal de Medicina. O anestesista deve permanecer dentro da sala, mantendo vigilância exclusiva sobre você durante todo procedimento anestésico.
Após a Anestesia
Durante a raquianestesia, o anestesista injeta um anestésico em um espaço ao redor da medula espinhal — uma área que é naturalmente preenchida por um líquido chamado líquor, que protege o sistema nervoso.
Em alguns casos, uma pequena quantidade desse líquido pode escapar pelo orifício feito pela agulha. Essa saída de líquor pode causar uma dor de cabeça típica, que costuma piorar quando a pessoa está em pé e melhorar ao deitar.
Essa dor geralmente aparece entre 1 e 3 dias após a anestesia e, na maioria dos casos, melhora sozinha com bastante hidratação, repouso e analgésicos. Em casos mais persistentes, existem outras formas de tratamento que podem ser indicadas pelo anestesista.
Isso não acontece. A anestesia tem efeito temporário e reversível. Você vai acordar naturalmente quando os medicamentos passarem, geralmente em minutos a algumas horas.
Sim. Após a cirurgia, você permanece em uma sala de recuperação por um tempo. Lá, enfermeiros e anestesistas monitoram sua respiração, batimentos, pressão e nível de consciência. Esse cuidado garante que qualquer reação ou efeito da anestesia seja identificado e tratado imediatamente, antes de você retornar ao quarto. Pacientes com mais doenças ou em cirurgias de grande porte pode ser necessário fazer pós-operatório na unidade de terapia intensiva (UTI) ao invés da sala de recuperação.
A anestesia pode reduzir a produção de saliva, o que deixa a boca seca e áspera. Esse efeito é temporário e melhora conforme os medicamentos saem do organismo. Beber água, chupar gelo ou umedecer os lábios ajuda a aliviar. Se for muito incômodo, converse com a equipe de enfermagem.
Sim. Muitas pessoas apresentam tremores ou calafrios ao acordar da anestesia. Isso ocorre porque os medicamentos podem alterar a regulação da temperatura corporal, deixando você com sensação de frio. Além disso, ambientes cirúrgicos são mantidos em temperatura baixa. É desconfortável, mas passageiro. Cobertores aquecidos ou aparelhos especiais são usados para ajudar a estabilizar sua temperatura rapidamente.
Sim, em alguns casos. Certos anestésicos e analgésicos usados no período pós-operatório podem causar coceira na pele (sem ser alergia). Normalmente, esse efeito é leve e temporário. Se for incômodo, o anestesista pode prescrever medicamentos para aliviar. Essa reação não é perigosa, apenas desconfortável, e tende a desaparecer espontaneamente em pouco tempo.
Na maioria das vezes, não. É comum sentir sonolência, confusão leve, boca seca ou dor de garganta, mas esses efeitos desaparecem em poucas horas ou dias. Sequelas permanentes são extremamente raras e geralmente relacionadas a condições médicas graves pré-existentes. Para a imensa maioria das pessoas, a recuperação da anestesia é completa.
Sim, é possível. Algumas pessoas relatam sonhos, falas sem sentido ou lembranças confusas nas primeiras horas após acordar. Isso acontece por causa da ação dos medicamentos no cérebro. Geralmente, essas sensações são passageiras e não deixam nenhum tipo de sequela ou problema de memória permanente.
Isso pode acontecer se, durante a anestesia geral, foi colocado um tubo para ajudar na respiração. Esse tubo pode irritar a garganta e causar dor leve ou rouquidão temporária. Nem sempre acontece após a intubação. Dor de garganta também pode acontecer durante sedação sem tubo quando o paciente fica dormindo e roncando. Normalmente, os sintomas desaparecem em poucos dias e podem ser aliviados com líquidos mornos e repouso vocal.
Sim, náuseas e vômitos podem acontecer, principalmente em quem já teve esse problema antes. O anestesista pode dar medicamentos preventivos para reduzir as chances. Caso ocorra, há remédios que aliviam rapidamente. Esse sintoma costuma ser passageiro e não traz riscos sérios, apenas algum desconforto nas primeiras horas após a cirurgia.
O anestesista pode dar medicamentos preventivos se você tem maior risco. Técnicas anestésicas modernas e controle adequado da dor também ajudam a reduzir enjôos.
Sim, pode acontecer. Muitas pessoas ficam sonolentas, desorientadas ou esquecidas por algumas horas após a anestesia, especialmente idosos. Esse efeito costuma ser temporário e desaparece conforme o corpo elimina o medicamento. Beber líquidos, descansar e evitar atividades que exijam atenção ajudam na recuperação. Raramente essa confusão dura mais de alguns dias.
Depende. Em cirurgias pequenas ou procedimentos ambulatoriais, é comum ter alta no mesmo dia, após algumas horas de observação. Já em cirurgias maiores, pode ser necessário permanecer internado por dias. A decisão depende da sua recuperação, da estabilidade dos sinais vitais e da avaliação do médico responsável.
Não. Após a anestesia, você pode ficar sonolento, com reflexos lentos e com a atenção reduzida. Por isso, é proibido dirigir ou operar equipamentos perigosos nas primeiras 24 horas. Além disso, algumas medicações continuam fazendo efeito no corpo por várias horas. O ideal é ter sempre um acompanhante para levar você para casa.
Não. Esquecimento temporário é normal logo após cirurgia, especialmente em idosos, mas melhora em dias ou semanas.